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O Brasil vive uma pseudocrise econômica. Há, sim, o caos institucional. É o transbordamento de mais de quinhentos anos de um percurso histórico marcado pela contínua expansão dos tentáculos burocráticos. No momento em que o país vive o ápice da democracia, com a incorporação de milhões de consumidores ao mercado, com os programas educacionais e de inclusão social, os brasileiros se dão conta de que há algo de muito errado com as nossas instituições.

Os brasileiros veem com clareza, agora, o que antes enxergavam de maneira difusa. É baixíssima a qualidade dos serviços públicos: o transporte coletivo e a mobilidade em geral, o atendimento à saúde, o saneamento básico, o ensino fundamental, a segurança etc. O senso crítico felizmente ficou mais apurado, porque as famílias de todas as classes sociais puderam viajar e matricular seus filhos nas universidades, passaram a ter acesso a todos provedores de informações. Os descontentamentos, antes abafados pela democracia imperfeita, vieram à tona, nesta fase de plena liberdade de pensamento e expressão.

A nação externa, hoje, sentimentos que permaneceram anestesiados por anos a fio. Ainda bem. A Abrasel compartilha com a benfazeja catarse dos brasileiros, de norte a sul, de leste a oeste, do Oiapoque ao Chuí. Por isso, faz uma exortação. Vamos, a partir das ruas, melhorar a qualidade de vida nas nossas cidades. Vamos simplificar o Brasil.

É preciso que se coloque um basta na gastança improdutiva. Seja a do executivo, do legislativo ou do judiciário. Seja a dos Estados ou a dos municípios. Seja a da estrutura sindical, tanto a patronal quanto a dos trabalhadores. Sem que haja cortes impiedosos no ócio e no esbanjamento, não há, de fato, ajuste fiscal. As tesouradas e o aumento de impostos recaem sobre os empreendedores e os empregados. Pioram, ainda mais, a qualidade dos serviços públicos prestados à população, sobretudo nos segmentos de menor poder aquisitivo.

A crise não é econômica, nem política. É institucional. Abriram-se, graças aos crescentes avanços democráticos das duas últimas décadas, as mentes e os corações do brasileiro. A população está a par do que se passa no mundo, e percebe, com cristalina nitidez, que nossas instituições atingiram o ponto máximo de entupimento no seu sistema cardiovascular. É urgente que se proceda a desobstrução das artérias institucionais. Daí, o chamamento da Abrasel. Vamos recomeçar do começo. A partir das ruas, simplifica Brasil.

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